Todos entendem, em maior ou menor grau, o que é o pânico. É bastante comum que, ao longo da vida de qualquer pessoa, ela tenha passado por isso em alguma ocasião. É uma resposta natural do corpo a situações que nos representam uma ameaça, como uma agressão por roubo, se formos agredidos por um animal selvagem ou em situações como fazer um exame de condução ou qualquer outro tipo de avaliação importante.
São situações em que é bastante normal sentir pânico e, em geral, esse sentimento costuma desaparecer rapidamente. Mas… O que acontece quando sentimos pânico sem ameaça, de repente e que perdura ao longo do tempo? Quando isso acontece, pode ser que a pessoa sofra de transtorno do pânico, uma doença muito comum que costuma gerar muito desconforto e preocupação tanto para quem sofre com isso quanto para seus entes queridos.
É por isso que hoje vamos dedicar um artigo para definir o que é o transtorno do pânico, quais são seus sintomas e o que é bom para acalmar quando ele acontece.
Este artigo é meramente informativo e não tem validade diagnóstica. Se você tiver alguma dúvida ou pergunta, pode deixar nos comentários, mas não se esqueça de discuti-la com seu médico de referência.
Índice
O que é um ataque de pânico?
Como dissemos na introdução, todos nós, em maior ou menor grau, estamos em contato com a sensação de pânico. É uma resposta natural do organismo que é acionada diante do que é uma ameaça.
No entanto, as pessoas com transtorno do pânico têm ataques de medo súbitos e repetidos que duram vários minutos (às vezes mais). Essa resposta do corpo é chamada de ataque de pânico e é bastante semelhante ao pânico normal, mas com diferenças:
– As sensações parecem vir do nada, ou seja, parecem não estar relacionadas a nenhuma situação ameaçadora.
– As reações são muito intensas.
– São imprevisíveis, ou seja, como não há nada que os cause, podem ocorrer a qualquer momento. Na verdade, esse é um dos aspectos mais incapacitantes, pois, ao não conseguir prevê-los, muitas vezes as pessoas desenvolvem medo diante da mera possibilidade de sofrer do outro.
Causam uma sensação de gravidade muito intensa, com medo de morrer, perder o controle ou enlouquecer.
Uma pessoa com esse distúrbio parece muito incapacitada e, infelizmente, em muitas ocasiões, também envergonhada. Isso pode interferir significativamente em seu desempenho na escola ou no trabalho, além de atrapalhar outras tarefas diárias, como fazer compras ou pegar o carro.
Quais são os sintomas de ataques de ansiedade?
A lista a seguir inclui os principais sintomas que as pessoas com transtorno do pânico geralmente apresentam. Algumas pessoas podem experimentar todos os sintomas em maior ou menor grau. No entanto, outros apenas experimentam alguns deles.
Sintomas de ansiedade no corpo
– Dificuldade para respirar
– Vertigem ou tontura
– Taquicardia
– suando
– tremores
– Parestesia
– Sensação de formigueiro
– Dor no peito
– Sintomas gastrointestinais
Sintomas em mente
– Sensação de terror ou medo intenso.
– Sensação de irrealidade e despersonalização, como pensamentos de que você não está realmente ali ou de que as coisas não são reais.
– Experimentação de pensamentos ameaçadores como: «Vou ter um infarto», «Vou me afogar», «Vou enlouquecer», «Vou perder o controle», «Tenho que sair da aqui», «vou fazer o mais completo ridículo», «vou desmaiar»…
Sintomas em seu comportamento e/ou conduta
– Tente sair da situação o mais rápido possível.
– Evite conscientemente a situação no futuro.
Tratamento do transtorno do pânico
O transtorno do pânico pode ser tratado tanto com medicamentos quanto com diferentes técnicas típicas da terapia cognitivo-comportamental.
Farmacoterapia
Nesse sentido, as drogas de primeira escolha para o tratamento do transtorno do pânico são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs). Essas drogas, embora façam parte da família dos antidepressivos, também têm indicação para esse transtorno. Entre os mais comuns estão:
Terapia psicológica: técnicas cognitivo-comportamentais
O tratamento psicológico do transtorno do pânico na perspectiva cognitivo-comportamental possui diversas técnicas. Algumas delas são:
– Psicoeducação: Esta técnica é utilizada para fornecer aos pacientes informações relevantes sobre o que são ataques de pânico, quais são suas causas, seus sintomas, fatores de proteção, fatores desencadeantes de ataques de pânico, fatores de manutenção e muito mais.
– Técnicas de relaxamento e respiração profunda.
– Reestruturação cognitiva: consiste em aprofundar alguns dos pensamentos irracionais e que, em algumas ocasiões, supõem e promovem os comportamentos de evitação típicos dos transtornos de ansiedade.
Existem mais técnicas aplicáveis a este tipo de perturbação, no entanto estas são as mais utilizadas e com boa evidência científica.
Como se acalmar em um ataque de pânico
Caso você esteja enfrentando ataques de pânico recorrentes, siga estas dicas que podem ajudá-lo a lidar com eles:
1. Reconheça o pânico
Pode parecer óbvio, mas é um passo fundamental. Às vezes, o ataque de pânico é tão súbito e intenso que pode levar a pessoa a pensar que algo realmente sério está acontecendo com ela. Porém, se a pessoa reconhece que o que está sentindo é um ataque de pânico, ela entende que, apesar de as sensações serem muito desagradáveis, o ataque de pânico NÃO é perigoso.
2. Controle sua respiração
Por meio de técnicas de relaxamento e respiração profunda, também é controlado o aparecimento da hiperventilação típica da ansiedade. Considere que respirar calma e deliberadamente é exatamente o oposto do pânico.
Lembre-se de que, se você sofre desses tipos de ataques há muito tempo, as técnicas de respiração também precisam de prática e treinamento. Seja paciente consigo mesmo, não desista e pense nisso como um processo de aprendizado.
3. Controle sua mente
Nesta seção, há pelo menos três técnicas que requerem treinamento e prática, mas podem ser muito úteis.
Distraia-se dos pensamentos de medo:
Por exemplo, você pode se concentrar no que quer que esteja acontecendo do lado de fora, em vez de se concentrar no que está acontecendo dentro de você. Considere que é necessário pelo menos realizar esta técnica por três minutos. Você pode, por exemplo, imaginar as profissões das pessoas por quem passa na rua ou se concentrar em contar os carros brancos pelos quais passa. Você também pode listar as características da sua pulseira favorita (cor, textura, arranhões, quem a deu a você, quem ela te lembra…). O importante é focar sua atenção em algo diferente dos sintomas ansiosos.
Questione seus próprios pensamentos e coloque-os à prova
Às vezes é mais útil desafiar esses pensamentos do que a própria distração. Para testá-los, você pode fazer o seguinte:
– Detectar pensamentos ansiosos
– Desafie-os e desenvolva pensamentos mais realistas
– Depois de conhecê-los, pergunte-se: Que evidências existem a favor e contra esse pensamento? Quantas vezes eu pensei a mesma coisa e quantas vezes algo aconteceu?… De alguma forma, pense em um cientista procurando várias explicações para o mesmo fato, para depois determinar se esses fatos estão relacionados ou não e qual o papel de cada uma das possibilidades tocam.
Descubra se realmente há algo mais que o está deixando tenso
Além da distração e do questionamento, também temos a possibilidade de enfrentar o que os desencadeia. Às vezes, o pânico pode surgir como resultado de sentimentos e emoções difíceis que não puderam ser expressos. Considere falar sobre isso com um membro da família, amigo ou profissional de saúde mental.
4. Controle seu comportamento
A melhor maneira de superar o pânico é enfrentá-lo. Lembre-se de que os transtornos de ansiedade acabam gerando comportamentos de evitação e fuga e são eles que mantêm a ansiedade. Colocar à prova situações de medo e superá-las não só diminui a ansiedade, como também aumenta a autoestima.
Para fazer isso, faça um plano e coloque-o à prova. Comece pelas situações mais simples e aos poucos.
Alguns desses comportamentos com os quais você deve lidar são:
Evite situações temidas
Por exemplo, ficar sozinho. Faça isso aos poucos, em situações controladas. É normal que você se sinta ansioso no início, mas considere que, à medida que for lidando com eles, sua ansiedade começará a diminuir.
Comportamento de fuga
Por exemplo, se sentir ansiedade num centro comercial. Tente permanecer na situação o maior tempo possível até que o pânico comece a diminuir. A princípio você pode fazer isso acompanhado de um ente querido e depois, depois de superar essa situação, pode fazer sozinho.
Comportamentos de segurança
Muitas vezes as pessoas com transtorno de ansiedade tendem a fazer coisas que as fazem se sentir seguras, tente reduzi-las aos poucos.
Não se esqueça de consultar o seu médico e até de recorrer a um profissional de saúde mental para o ajudar a traçar um programa terapêutico especialmente adaptado ao seu caso particular.